quinta-feira, 19 de maio de 2011

Paulistanos trocam a capital por condomínios no interior


A paisagem ao redor de São Paulo está mudando. Entre as fazendas e plantações que circundam a cidade, é possível notar cada vez mais casas de alto padrão surgindo atrás de muros. É um movimento formado por um novo tipo de migrante: paulistanos das classes A e B que trocaram o agito e a insegurança da capital por uma vida mais confortável em condomínios fechados fora da metrópole.

A química Juliana da Cunha Marques, 39, é um deles. "Sou uma paulistana que não aguenta São Paulo", brinca. Há dois anos, ela deixou o apartamento na Vila Leopoldina (zona oeste) para morar em uma casa com gramado, piscina e ofurô em Vinhedo (79 km de SP), ao lado do marido e da filha de um ano.

"Não é que a gente não queria estar na cidade, mas é que, quando a gente volta para casa [no interior], recarrega as baterias", explica, com a propriedade de quem já morou na Holanda e no Canadá.

Esses condomínios e loteamentos nos arredores de São Paulo se transformaram numa das febres do mercado imobiliário. Nos últimos três anos, surgiu um a cada cinco dias, segundo levantamento da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) feito a pedido da sãopaulo.


Ao todo, foram 22 mil terrenos em 212 loteamentos no período. Em dez anos, surgiram 85 mil lotes. Para comparar, é como se uma cidade como Barueri (com 240 mil habitantes) tivesse surgido na borda da Grande São Paulo. O "terreno" principal desse mercado são cidades que ficam a até 100 km da capital.

Juliana e o marido, o engenheiro civil João Carlos Caiado, 52, fazem como boa parte dos habitantes dos condomínios-satélite: continuam no mesmo trabalho, em uma empresa às margens do rio Pinheiros (zona oeste), mas preferem encarar a estrada todos os dias e levar uma "típica vida interiorana" quando retornam para casa.

O casal conta que conhece os vizinhos pelo nome e compra ovos caipiras na rua detrás. Nos finais de semana, leva as filhas para cavalgar numa fazenda nos arredores de casa. "Viver em um condomínio foi um pré-requisito", conta Juliana, ao falar da sensação de segurança no interior. Eles não desfizeram do apartamento na capital. O imóvel pode ser acionado em casos de "emergência", como um serão não planejado no trabalho. "Posso ficar porque sei que minha filha está bem em casa", diz ela.

Pertinho de casa
A mudança para os condomínios é uma espécie de "regionalização do cotidiano", define o vice-presidente do Interior do Secovi (sindicato da habitação), Flávio Amary. "O pai trabalha em São Paulo, o filho estuda em Campinas e a mãe mudou de emprego e agora trabalha em Itu", diz. "À noite, todos se reúnem para jantar em Itupeva, por exemplo."

Um fator que ajuda a explicar esse fluxo é o custo da terra. "Quem tem um apartamento de 150 m2 na cidade consegue comprar um terreno de até 1.000 m2, construir uma casa de 200 m2 e ainda sobra um trocado para a poupança", calcula Luiz Paulo Pompéia, diretor de estudos da Embraesp.

A qualidade das rodovias de acesso à metrópole e a segurança que os condomínios oferecem, continua ele, incrementam essa movimentação.

Ainda mais importante que tudo isso é a qualidade de vida. "A escola da minha filha [Catarina, 2] fica a cinco minutos do trabalho. Vou para casa, pego ela e volto na maior tranquilidade", conta a engenheira civil Daniela Feracin Perpétuo, 30, moradora de um condomínio em Itupeva.

Daniela trabalhava em São Paulo. Há dois anos, foi transferida para a filial da empresa que fica naquele município. Ela continuou morando na capital. Com o tempo, decidiu alugar um imóvel no interior para "tentar se adaptar". Foi quando a engenheira tomou a decisão de construir uma casa em um condomínio.

Hoje, com o imóvel pronto, Daniela faz o oposto: vem à capital apenas algumas vezes por mês. "Foi meio na loucura", conta. "Deixamos uma casa novinha em São Paulo para trás."
O marido, Claudio Augusto Perpétuo, 37, também engenheiro civil, tem a opção de trabalhar de casa, o que contribuiu na hora da mudança.

São Paulo convive com condomínios desde a década de 1970. Tradicionais localidades desse tipo de imóvel, como Alphaville e Granja Viana, estão quase saturadas. Com isso, o setor começou a mirar outras regiões. Hoje, são tantos os empreendimentos que o Secovi diz ser raro achar áreas novas a serem loteadas.

"Nós queríamos uma casa na Granja. Mas o preço era absurdo", conta a médica Flávia Navarro, 34. Ela não desistiu. "Conseguimos uma ótima, quase em Vargem Grande Paulista."
Flávia vem três vezes por semana à capital. Ela é cardiologista pediátrica e conta que sua especialização a mantém por aqui. O marido, também médico, Mario Eduardo Francisco Arguello, 35, conseguiu se mudar para hospitais da região. "Levo minha filha para brincar com macaquinhos e tucanos", conta Flávia.

As principais queixas de quem faz a mudança são o trânsito ao chegar à capital e o cansaço de dirigir. Sem pique para encarar as rodovias todos os dias, parte dos migrantes opta por viajar de ônibus fretados. No caso do engenheiro André Taibo, 39, o coletivo o pega na portaria do condomínio em Jundiaí e o deixa no metrô Barra Funda. "Demoro uma hora e meia no trajeto até a praça Ramos de Azevedo [no centro]", conta. "Viajo confortávelmente, tenho vizinhos que tomam o mesmo ônibus." A filha, Isabel Yumi, 1, está matriculada em uma escola de Jundiaí e a mulher, Marisa Taibo, 34, que trabalha na vizinha Cajamar (42 km de SP), fica encarregada de buscar a menina.

Quem pode opta por outro meio de transporte: helicóptero. Há pelo menos quatro condomínios nos arredores de São Paulo que mantêm heliporto. Para atrair os paulistanos de classe AAA, as empresas oferecem desde casas pré-fabricadas até lotes de 40 mil m2, com campo de golfe e hípica.

Diariamente, quatro jipes Land Rover ficam estacionados em um hotel de luxo construído como cartão-postal de um condomínio de Monte Mor (120 km de SP) à disposição de interessados em conhecer o empreendimento. O local conta com uma hípica para 120 cavalos, além de pistas de salto aberta e fechada, campo de polo e, futuramente, um campo de golfe com nove buracos.

"As pessoas perguntam por esses diferenciais", conta Mauro Augusto Putti Filho, diretor comercial da empresa responsável pelo lançamento. "Então, temos de oferecer."
Geralmente, esses condomínios não são para servir de primeira moradia, como os demais: o comprador mantém um apartamento em São Paulo, outro no litoral e procura um refúgio no interior.

A empresária Marina Visetti, 41, comprou um lote no condomínio de Monte Mor há um ano. O projeto da casa dela deve consumir 15 meses. Mesmo assim, ela já leva a filha e dois enteados para passear por lá.

"Aqui tem um clima que a cidade não oferece, mais perto da natureza." A ideia, segundo ela, é continuar morando em São Paulo. "Mas eu me vejo vivendo aqui em dez anos."

Cidade sitiada
Os 11 municípios que mais receberam condomínios, conforme estudo da Embraesp, ficam ao lado das principais rodovias, escolha estratégica para facilitar o acesso à capital.
Para acolher tantos novos moradores, as cidades tiveram que se adequar. Em 2009, Jundiaí, por exemplo, registrou abertura de uma pré-escolas particular. Ano passado, foram abertas outras dez.

Enquanto moradores e o mercado comemoram a mudança, arquitetos e urbanistas torcem o nariz para os condomínios. Para Ermínia Maricato, professora aposentada da USP e ex-secretária-executiva do Ministério das Cidades, a cidade é, por definição, "uma festa". "Quem conhece Paris sabe disso", diz. "Tem um café na esquina, uma loja em outra, é o lugar onde as pessoas convivem e se misturam. E fazem tudo isso a pé."

A urbanista explica que separação de moradia e trabalho traz insegurança. "O centro comercial morre de noite. O condomínio morre de dia." Jaime Lerner, arquiteto e urbanista, segue o mesmo raciocínio. Para ele, "quanto mais alto o muro, mais gente vai te esperar na saída".

Nada disso, porém, remove a ideia desses paulistanos de trocar a cidade por um lugar, digamos, com clima de campo. "Quando morava na Saúde [zona sul], a gente vivia preso dentro de casa", conta Mario Augusto Pillegi, 34, que se mudou para Sorocaba (100 km de SP) com a mulher e as duas filhas no final do ano passado. "Agora, jogo bola com as crianças na rua."

Boom imobiliário incha macrometrópole
A migração de paulistanos para condomínios em cidades cada vez mais distantes de São Paulo reforça o modelo de urbanização da macrometrópole, imenso conglomerado de "manchas urbanas" que envolvem, além da capital, as regiões de Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e Santos.

Esse "arquipélago" urbano é interligado à rotina da metrópole, com viagens diárias a trabalho, educação e lazer e uso de serviços como saúde e educação superior.
O número de municípios considerados parte da macrometrópole não é exato. O certo é que ele cresce cada vez mais. Só para ter uma ideia, em 2006, eram 104 cidades na listagem. Hoje, são 153.

A aglomeração é enorme: 7 em cada 10 habitantes do Estado vivem nessa teia urbana, segundo dados da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), vinculada ao governo do Estado. É uma população que ultrapassa 28 milhões de habitantes.
Para entender essa concentração, é preciso analisar um pouco o desenvolvimento econômico do Estado nas últimas décadas.

A partir dos anos 1990, diversas empresas deixaram a capital e o ABC para reduzir custos e competir no mercado mundial. "Ocorre que 90% dessas companhias continuam na área da macrometrópole", explica Marcos Campagnone, chefe de gabinete da recém-criada Secretaria de Estado do Desenvolvimento Metropolitano. Os empregos se espalharam e os moradores foram atrás, diz ele.

Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, conta que essa expansão é a repetição de todo o processo de construção da capital. São Paulo cresceu ocupando novas áreas. Primeiro, o centro velho, depois o centro novo. Então subiu para Campos Elíseos e Higienópolis, aí entrou na avenida Paulista e desceu para as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Engenheiro Luís Carlos Berrini.

Ele chama essa expansão de "extrativismo habitacional". O reflexo, diz, são casos como a cracolândia, na Luz (região central); locais com boa infraestrutura urbana, mas degradados e desvalorizados. O surgimento da macrometrópole pode gerar duas consequências a curto e a médio prazos, segundo Campagnone: primeiro, que parte dos paulistanos muda para aproveitar os empregos que surgem no interior (para condomínios, por exemplo).

Segundo, que o Estado precisa repensar as alternativas de transporte coletivo para interligar a nova mancha urbana. O governo do Estado promete entregar projetos de trens expresso que liguem Sorocaba e o litoral a São Paulo até o final deste ano, alternativa que pode surtir impactos positivos e reduzir os congestionamentos.



Compare os preços
Entre R$ 400 mil e R$ 600 mil
Em São Paulo:
3 dormitórios (1 suíte), 2 vagas de garagem.
Área: entre 90 e 150 m2
Onde: Morumbi, Vila Clementino

Nos condomínios:
3 ou 4 dormitórios (2 suítes), 2 vagas de garagem.
Área: entre 150 e 240 m2
Onde: Itupeva e Cabreúva

Entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão
Em São Paulo:
3 ou 4 dormitórios (2 a 3 suítes), 3 vagas de garagem.
Área: entre 120 e 240 m2
Onde: Perdizes, Pinheiros

Nos condomínios:
4 dormitórios (2 a 3 suítes), 4 vagas de garagem.
Área: acima de 300 m2
Onde: Campinas, Guarujá, Valinhos, Itu, Jaguariúna

Fontes: Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), construtoras e imobiliárias
Entenda a diferença
Condomínio
- Área particular: o valor do IPTU é dividido entre os moradores
- A instalação de portarias é permitida
- Todos os moradores têm de contribuir com a taxa mensal de condomínio

Loteamento
- O morador só é dono do próprio lote; as áreas comuns são da prefeitura, isentas de imposto
- Ruas e praças são lugares públicos
- Não existe síndico; associações de moradores funcionam como uma espécie de clube, cuidam da manutenção (nem todos os moradores são obrigados a fazer parte e podem, inclusive, se recusar a contribuir com taxas)

Fontes: Demostenes Lopes Cordeiro (Comissão de Direito Urbanístico da OAB/SP) e Rubens Carmo Elias Filho, presidente da Aabic (Associação dos Administradores de Bens Imóveis e Condomínios)
Condomínios
Áreas de lazer: hípicas, campos de golfe, parques aquáticos e playgrounds
Infraestrutura: muros com cerca elétrica, portões de acesso, calçadas padronizadas, fiação elétrica aterrada e heliporto

Segurança: vigilância motorizada e sistema de câmeras
Acesso à capital: principais rodovias têm asfalto de qualidade, socorro 24 horas e monitoramento por câmeras
DESVANTAGENS
Transporte fretado
R$ 400/mês, fora gasto com ônibus e metrô em SP

Gastos com carro
R$ 40/dia com combustível para quem viaja todos os dias + pedágio de R$ 30 (ida e volta)

MANUTENÇÃO
R$ 300/mês (jardim e piscina)

Isolamento
Poucas opções de comércio e serviços nos arredores de casa; o uso do carro é necessário para quase tudo

Fontes: Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), imobiliárias, moradores entrevistados e Secovi (sindicato da habitação)
Fonte da matéria: Folha.com

terça-feira, 17 de maio de 2011

Mostra de arquitetura, decoração e paisagismo segue até 12 de junho na Estação Cultura

Confira ambientes da Campinas Decor, mostra de arquitetura, decoração e paisagismo, que segue até 12 de junho na Estação Cultura, na região central da cidade.
Escritório do Publicitário - As arquitetas Karina Melo e Thaissya Ribeiro assinam este projeto que foi baseado num conceito de escritório divertido, surpreendente e personalizado. Elas privilegiaram não só o ambiente de trabalho, mas também o entretenimento para descontração e criação. A mesa de trabalho é uma asa de avião, na qual também são realizadas as reuniões. Ela conta com duas cadeiras que ficam suspensas, permitindo que o espaço fique livre e com boa circulação. Quando necessário é possível baixá-las para receber os clientes. Para os momentos de relax há uma poltrona confortável voltada para TV, de onde também podem ser apresentados alguns trabalhos realizados. Para descontrair, foi colocada no espaço uma máquina de fliperama. Na parede fica apoiada uma bicicleta, que é usada como meio de transporte. Constam no espaço algumas publicidades que foram valorizadas em quadros emoldurados. O projeto como um todo é inusitado e foi criado para um publicitário despojado. O ambiente de 33,64 m² segue estilo despojado, no qual a cor predominante é cinza e o principal material utilizado é a madeira.
Consultório Médico - As arquitetas Maria Cristina Sampaio Franco e Roseana Desenso Monteiro e a designer de interiores Vani Mazoni assinam este ambiente corporativo funcional para atender às necessidades de pacientes especiais, idosos e pacientes comuns. Dentro de um espaço de 36 m² foram projetados dois espaços distintos, sala de espera e sala de consulta. Os materiais e soluções empregados atendem às exigências da Vigilância Sanitária, que tem um manual de procedimentos e normas para cada especialidade médica, o que muitos desconhecem. A iluminação foi projetada para os diversos usos dentro de um mesmo ambiente. O espaço segue estilo contemporâneo com pontuação retrô e uso de madeira e vidro. As cores predominantes são os tons de cru e fendi pontuados por verde piscina. As profissionais optaram por agregar cores em alguns itens, como luminária e banqueta, para dar uma sensação de alegria ao local, evitando assim a tendência de consultórios monocromáticos.

Sala da Personal Trainer - Tendo em vista um ambiente corporativo, a arquiteta e designer de interiores Elisa Garrafa mesclou duas situações em um único espaço, unindo a academia ao escritório. O objetivo foi criar um espaço no qual a personal atende seus alunos com o maior conforto e ao mesmo tempo se mantém atualizada, resgata lembranças das suas premiações e fica em contato com a natureza. O gesso, a madeira e o espelho são os materiais de destaque. A madeira foi usada como revestimento da parede da Academia, possibilitando a criação de nichos. O rasgo na parede do escritório criou uma iluminação natural para o jardim. Nele encontramos vasos vietnamitas, vidros e alguns tipos de flores e folhagens. O contraste desse jardim com a cor azul da parede proporciona uma sensação de aconchego. No paisagismo foram usados buchinhos, orquídeas e suculentas. O ambiente de 36 m² em estilo contemporâneo tem como cores predominantes o azul, prata, amarelo, branco e fendi.
Sala de Reuniões - A designer de interiores Márcia Campos criou um ambiente que remetesse à idéia de uma sala de reuniões dentro de uma empresa ligada ao transporte ferroviário. Para chegar a esse resultado, a solução arquitetônica encontrada foi isolar uma porta que dava para a rua, simulando assim uma falsa janela. Atrás do vidro dessa janela foi colocado um painel com uma imagem de estação de trem. Na TV, imagens de um filme que mostra a construção de uma nova estação no Rio de Janeiro. Um dos destaques é a tecnologia HD dos equipamentos invisíveis da AD-Notan. Quando a TV está desligada, o que se vê é um espelho embutido num painel. Quando ligada, a imagem é perfeita e o som maravilhoso. O revestimento das paredes tem o cimento como a principal matéria-prima. O ambiente possui um grande apelo rústico e simula um revestimento envelhecido pelo tempo. Nos 64 m² do espaço prevalece o estilo contemporâneo. As cores predominantes são cinza, cru, branca e azul jeans. Entre os materiais mais usados estão a madeira e a pedra.
- Por ser um espaço de patrocinador do evento, com a necessidade de mostrar os lançamentos da nova linha de produtos aos visitantes e inclusive comercializá-los, o arquiteto e designer de interiores Octavio Zillo Bosi optou por planejar um “Espaço Gourmet”. Ambiente simples, mas ao mesmo tempo sofisticado, completo e funcional, como todo mundo gostaria de ter em casa. Um local aconchegante para receber os amigos, cozinhar, criar, conversar e ficar. Ao entrar no espaço, é possível observar o grande pé-direito existente (3,80 m de altura), raro hoje em dia até mesmo em residências. Com um forro belíssimo em madeira original da época, que foi recuperado e pintado na cor branca, o espaço ganha dimensões com a iluminação indireta nas paredes de baixo para cima. Do forro, um grande pendente rouba a cena e marca o centro do espaço, valorizando a mesa de jantar. A parede de pastilhas recebe o relógio “Big Ben” de 1,0 m de diâmetro. Outro ponto interessante a ser destacado é o uso contraditório de cores e materiais frios para um espaço gourmet, que deveria ser “aquecido”. Muito vidro, tons em cinza e preto, inclusive no piso, detalhes em turquesa e muito mármore nas paredes (também original do prédio) que foi aproveitado no partido do projeto. O resultado é um Espaço Gourmet de 30 m² aconchegante e despojado.
Home Cinema - A criação e ambientação deste espaço leva a assinatura da arquiteta Kátia El Badouy. Seu objetivo foi atrelar de forma indireta, através de materiais diversos de acabamentos, links com alguns clássicos do cinema. O tecido em risca de giz nos sofás remete à lembrança do “Poderoso Chefão”. A bela poltrona de couro gasto pode ser associada aos filmes de western e as peles nas pontas das chaises que servem de coberta fazem uma referência a “Gladiador”. O veludo menta das poltronas faz uma releitura contemporânea do veludo verde clássico de “O Vento levou”. Dispostos de maneira harmoniosa, esses elementos fazem uma associação sutil e indireta ao cinema, com acolhimento sem perder a elegância. O espaço de 90 m² tem estilo clássico com informações contemporâneas. Predominam as cores cinza, branco, menta e nude. Os materiais usados são madeira laqueada, vidros e tecidos aveludados para paredes. A iluminação conta com pendentes de design contemporâneo que remetem a peças de grande corpo, como luminárias navais e ao mesmo tempo arandelas de parede e mini abajures clássicos ao lado das poltronas.
Banheiros do Home Cinema – O maior desafio da decoradora Silvana Pellegrino ao criar este ambiente foi desenvolver um projeto que conciliasse suas características de funcionalidade com a originalidade necessária. O maior destaque deste trabalho é a harmonização das portas de pinho de riga, já existentes no prédio, com a modernidade dos puxadores utilizados. Por se tratar do banheiro do home, a utilização de mini-refletores trouxe ao espaço o clima das filmagens e dos teatros. Nos 28 m² do ambiente, a profissional seguiu o estilo clássico arrojado, no qual predominaram os tons preto e café. Os materiais mais utilizados foram os metais. Orquídeas phalaenopsis foram usadas para ornamentação.
Studio Eco Decor – Baseada no conceito do ecologicamente correto, a designer de interiores Eliane Ferrari Cardoso utilizou neste espaço de 123 m² noções pré-concebidas do ambientalismo com estética, para serem aplicadas em qualquer imóvel. O objetivo do projeto foi deixá-lo no estilo Eco Chic, pois a decoração ecológica é muitas vezes visualizada somente no estilo rústico. Este projeto apresenta a possibilidade de outros estilos dentro do sustentável. O neoclássico está presente com doses contemporâneas. A escolha das cores empregadas, azul cobalto, preto, branco e amarelo ouro, formou uma harmonia visual agradável e aconchegante. Um sofá em lona amarela com debrun preto concebeu um toque especial ao lugar. No sofá foi usada lona e nas poltronas, cadeiras e chaise a sarja, produtos em puro algodão e extremamente sustentáveis. Para a recuperação do piso existente foram usados produtos dentro das normas ecologicamente corretas. As divisórias foram colocadas com 2,60 cm de altura para que a luz, proveniente de LEDs, pudesse abraçar os ambientes. Os vidros e o MDF certificado com o selo verde foram escolhidos, entre outros materiais, pois além de serem fabricados atendendo aos conceitos de desenvolvimento sustentável conferem beleza e leveza aos ambientes.

Studio Paris – As designers de interiores Nilza Alves e Rita Diniz, veteranas em Campinas Decor, assinam este ambiente onde “mora” uma perfumista na cidade Luz. O local agrega todo conforto do século 21 sem perder a bossa e a tradição parisiense. Molduras clássicas nas paredes, papel de parede, laca, madeira com brilho, assoalho restaurado e móveis com mix de época trazem ao espaço os ares de Paris para os dias de hoje. Nos 98 m² do ambiente, prevalecem as cores cru, verde e lilás, em um projeto que mistura clássico e contemporâneo. Com poucas divisórias, as profissionais conseguiram integrar quarto, banheiro, cozinha e estar, dando assim uma leve privacidade ao espaço. A iluminação muito bem estudada dá efeitos diferenciados. Elas trabalharam com peças modernas e toques clássicos como pede Paris.
Sala Las Vegas – O designer de interiores Beto Tozi criou um ambiente interativo e descontraído que remete ao lúdico dos jogos, mas com o glamour das suntuosas construções que compõem Las Vegas, tema do ambiente. Ao entrar no espaço, o visitante vai encontrar uma colorida parede de papeizinhos (post its) ao fundo, desejando boas vindas. A ambientação conta ainda com um sofá de 6 metros em uma única peça, uma mesa de centro de vidro com objetos de cores e ornamentos variados e uma mesa que pode ser quadrada para jogos de xadrez e redonda para jogos de pôquer. A sala possui ainda uma fileira de poltronas para acomodar jogadores de Xbox, vídeogame de última geração, enquanto aguardam a sua vez para saltar ou correr e superar os desafios dos jogos sem controle proporcionados pelo Kinnect. Os coloridos jogos são projetados sobre um painel de vidro de 2,5 m x 1,5m com uma película especial fixado em uma coluna de inox que sobe até o teto. Em sua volta, somente espumas cor chumbo revestindo a parede para uma melhor acústica. O ambiente de 160 m² é contemporâneo e tem predominância das cores azul, rosa e tons neutros. 
Fonte: site EPTV

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Internet amplia o debate sobre a revisão do plano do Diretor


Uma nova ferramenta na internet facilita a interatividade entre o cidadão de Campinas e o poder público municipal. Está no ar o site do Plano do Diretor, cujo banner (um quadro verde escuro localizado no lado direito da tela encontra – se em destaque logo na abertura do Portal da Prefeitura – www.campinas.sp.gov.br. Basta clicar e pronto, o internauta entra direto na página do Plano Diretor (PD). Um dos objetivos do site é colher sugestões e comentários da população acerca do PD via e-mail. Para isso, é necessário que o interessado envie suas contribuições utilizando o ícone “Participe – Fale Conosco”.

De autoria e gerenciamento da secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Seplama, o site é um canal altamente informativo, onde o visitante encontra inúmeros textos informativos e com orientações a respeito do processo de revisão do Plano do Diretor.

De acordo com o secretário de planejamento, Márcio Barbado, o objetivo principal da página é oferecer um meio de comunicação ligando os munícipes com os últimos estudos acerca do Plano. A atualização da página do Plano do Diretor ocorre duas vezes por semana, sempre no dia seguinte às reuniões da Comissão Técnica de Revisão do Plano do Diretor (CT-RPD), às terças e quintas.

Segundo informações da Secretária, no ano passado o site da Seplama recebeu 16 mil acessos. No período de 28 de Fevereiro até o dia 04 de Abril, 371 acessos foram registrados, inclusive com a participação de outros países com EUA, Japão e Holanda. De acordo com Barbado, até o momento 34 contribuições foram enviadas via e-mail. Quem não possui computador, pode participar entregando seu comentário no 19º andar da Prefeitura, na própria Secretaria. Boa parte das contribuições estão focadas no Plano Diretor, local ou setorial. Outras, conta Barbado, dão conta de legislações urbanísticas e há ainda aquelas que serão direcionadas a outros órgãos do governo. “O participante recebe uma confirmação via e-mail, e tão logo sua contribuição for classificada, ele será informado do andamento da sua utilização. O conteúdo é um termo de referência para o Plano”, explica o secretário da Seplama.

Utilidade
O consultor de empresas Júlio Alberto D’Agostine, de 45 anos, que mora na cidade desde 1989, enviou uma contribuição o site no dia 22 de março. Embora interessantíssimo na opinião do consultor, o fato de ainda haver alguns áreas em construção trusta um pouco o visitante das páginas. Para D’Agostine, planejar vai além de simplesmente visualizar soluções. É preciso criar ferramentas e via que concretizem as soluções propostas. “O diferencial é prover os recursos necessários para direcionar as soluções. Somente a infra-estrutura da cidade não é atrativo suficiente para as empresas, que acabam se estabelecendo em cidades vizinhas”, analisa o consultor.

“A saúde do rural depende da conscientização do meio urbano”, destaca Pedro Roberto Caram de Castro, de 64 anos, empresário que mora em Campinas há 10 anos. Em sua contribuição enviada para o site, ele defende que a expansão urbana não pode desprezar a estabilidade do meio rural. O surgimento do chamado meio “rural urbano” marcado pela indefinição de área, falta de estrutura e concentração da periferia pode ser evitado a partir do planejamento conjunto. Castro é contra utilização política do site, e a favor da implantação da teoria em ações práticas.

Focada em facilitar a participação democrática e popular, lema da gestão Hélio de Oliveira Santos, a revisão do PD conta com as contribuições dos munícipes de Campinas. Além de disponibilizar o site, o Secretário também está agendando encontros com vários setores da cidade para explicar o processo e incentivar a participação. O governo municipal pretende que segmentos organizados e atuantes da sociedade discutam as diretrizes para ordenamento e desenvolvimento do município, garantindo que, ao final, o documento reflita efetivamente os anseios dos campineiros em relação à sua cidade.

Conteúdo
O site traz um conteúdo abrangente , que fornece informações acerca do que é o atual Plano Diretor de 1996, aprovado em 1996. Estão presentes a lei do Plano atual, os estudos que o embasaram e ainda uma leitura sobre ele, feita pelos técnicos da Seplama.

De inicio, o documento explica que “o Plano Diretor Municipal Participativo pode ser definido como um conjunto de principio e regras orientadoras e indutoras da ação dos diversos agentes que constroem e utilizam o espaço urbano, fazendo com que a propriedade urbana cumpra sua função social”.

O visitante encontra ainda mais Macrozonas, que dividem o município em 37 Áreas de Planejamento , subdivididas, por sua vez, em 77 unidades Territoriais Básicas. Há também um texto que explica o que é um Plano Diretor, definido como “um conjunto de princípios e regras orientadoras e indutoras do ordenamento e da ocupação físico-territorial-ambiental do município”,o PD tem como missão garantir “que cidade seja acessível e justa ao conjunto de seus habitantes”.

O Estatuto da Cidade apresentando, lei federal, exige que municípios com mais de 20 mil habitantes e cujo Plano atual tenha mais de dez anos, entre outras condições, precisam fazer a revisão. Campinas já constituiu seu Conselho da Cidade, formado por representantes de entidades técnicas, empresariais, populares, acadêmicas, sindicais, etc.

Quem procura informações sobre Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsória, o Imposto Predial e Territorial Progressivo no Tempo, a Desapropriação com Pagamento em Títulos e o Usucapião Especial de Imóvel Urbano, pode acessar a página.

O site traz um texto orientativo com o objetivo de fornecer explicações sobre o que é o Plano, sua importância, como funciona o processo de revisão, a necessidade de atualização e as regras que devem orientar o trabalho. Há também links, a partir do Portal da Prefeitura, que levam o internauta a sites de diversos órgãos das esferas estaduais e federais.

Magnata vê Brasil como melhor lugar para investir em construção


NEW YORK (Reuters) - Brasil, Egito, México e China continuam sendo uns dos melhores lugares para investimentos em construções imobiliárias à medida que a crise financeira se prolonga, afirmou o magnata dos bens imóveis Sam Zell, nesta terça-feira.

Estes países têm deficiência de imóveis disponíveis e de infra-estrutura que ampara investimentos estrangeiros, afirmou Zell, chairman do Equity Group Investments, em um fórum em Nova York.

O Brasil é auto-suficiente, possui uma grande reserva de profissionais qualificados e recursos ilimitados, afirmou ele. O país ainda oferece um grande mercado, acrescentou, citando o crescimento de 12 por cento dos centros comerciais do Equity Group Investments.

Em abril, Zell afirmou que a maior operadora de centros comerciais do Brasil via o crescimento de 10 por cento ao ano nas vendas no varejo.

"Se você olhar para os fatos, eu não acho que exista um ambiente melhor em todo mundo do que o Brasil", afirmou Zell. que sugeriu que o país pode superar a China economicamente em 30 anos.
Condições similares acontecem no Egito, onde "existe uma enorme quantidade de falta de construções imobiliárias", afirmou ele.

No Brasil e México, financiamentos para construções não têm sido afetados pelas turbulências nos mercados de créditos que têm congelado ou diminuído as construções em outros lugares, afirmou ele.